De acordo com Paulo Twiaschor, especialista em soluções construtivas inteligentes, a inovação na construção civil tem se tornado um diferencial competitivo essencial, e a integração entre pré-fabricação e tecnologias digitais está revolucionando o setor. Essa convergência está proporcionando ganhos significativos em eficiência, precisão e sustentabilidade.
A busca por métodos construtivos mais rápidos, econômicos e sustentáveis impulsiona o crescimento da pré-fabricação, agora aliada a tecnologias como BIM, inteligência artificial e automação. Essa tendência está redesenhando processos tradicionais e promovendo um novo paradigma para a construção moderna.
Como se deu a evolução da pré-fabricação na construção civil?
A pré-fabricação não é exatamente uma novidade no setor da construção civil, mas seu papel vem se transformando de maneira profunda e irreversível graças ao avanço das tecnologias digitais. Durante décadas, a industrialização da construção esteve majoritariamente associada à produção em série de elementos estruturais padronizados, como vigas, lajes e paredes. No entanto, o cenário atual é completamente diferente. Hoje, essa metodologia conta com ferramentas digitais sofisticadas — como BIM (Building Information Modeling), inteligência artificial, Internet das Coisas (IoT) e softwares de gestão integrada — que tornam possível algo que parecia paradoxal: a personalização em larga escala.
Esse novo paradigma permite que sistemas pré-fabricados sejam produzidos de acordo com as especificidades de cada projeto, mantendo a eficiência da produção industrial. Além disso, a rastreabilidade de cada componente, desde a fábrica até a montagem no canteiro, garante um controle rigoroso de qualidade, logística e cronograma. A integração total entre projeto e execução, viabilizada por essas tecnologias, não só acelera o processo construtivo, como também melhora a precisão, a segurança e a sustentabilidade das obras.
De acordo com Paulo Twiaschor, esse avanço tecnológico tem um impacto direto na gestão das obras, permitindo uma coordenação muito mais precisa entre os diferentes agentes envolvidos — arquitetos, engenheiros, fornecedores e equipes de montagem. Isso resulta na redução significativa de erros, desperdícios de materiais e retrabalho, que historicamente representam custos elevados para o setor.
A compatibilização entre os projetos — estruturais, hidráulicos, elétricos e complementares — torna-se muito mais eficiente nesse modelo, praticamente eliminando os conflitos que antes surgiam frequentemente na etapa de execução em campo. Dessa forma, a construção industrializada se consolida não apenas como uma tendência, mas como um caminho inevitável para quem busca eficiência, sustentabilidade e qualidade na construção civil do futuro.
Tecnologias digitais estão impulsionando a pré-fabricação?
A digitalização da construção tem papel fundamental na consolidação da pré-fabricação como método construtivo de alto desempenho. Entre as principais tecnologias aplicadas estão o BIM é uma das ferramentas mais importantes nessa integração. Ele permite a criação de modelos tridimensionais com informações detalhadas sobre cada componente da edificação.
Paulo Twiaschor explica que a utilização de sensores conectados à IoT permite o monitoramento em tempo real de etapas da produção, transporte e montagem dos elementos pré-fabricados. Esse controle refinado garante maior previsibilidade, qualidade e segurança na obra. Soluções baseadas em IA otimizam o planejamento logístico, a gestão de recursos e a previsão de riscos.
O futuro da construção está na digitalização inteligente?
A inovação na construção com foco na pré-fabricação digital é uma tendência irreversível. Grandes construtoras e incorporadoras estão investindo em centros de produção automatizados, robótica e digital twins para simular e aperfeiçoar todas as etapas do ciclo de vida da edificação.
Para Paulo Twiaschor, o futuro da construção passa por uma mudança cultural profunda, onde a tecnologia deixa de ser um suporte e se torna o núcleo do processo construtivo. Essa transformação não apenas melhora os resultados financeiros das empresas, como também eleva a qualidade e a durabilidade das obras.
Em suma, a inovação na construção por meio da pré-fabricação digital representa um salto em direção a obras mais eficientes, seguras e sustentáveis. A integração entre métodos construtivos industrializados e tecnologias digitais está remodelando o setor, com impactos positivos em custo, tempo e qualidade. Paulo Twiaschor pontua que essa jornada começa com a transformação digital do próprio modelo de negócio.
Autor: Igor Semyonov