Nos últimos anos, a ideia de transumanismo tem ganhado destaque, especialmente entre os gigantes do setor tecnológico. Figuras como Elon Musk estão na vanguarda dessa discussão, promovendo a fusão entre humanos e inteligência artificial (IA) como um caminho rumo ao futuro. A Neuralink, empresa de Musk, exemplifica essa visão ao buscar integrar o cérebro humano com a IA, prometendo não deixar a humanidade para trás no avanço tecnológico.
O transumanismo propõe o uso da ciência e da tecnologia para aprimorar radicalmente as capacidades humanas, desafiando as limitações naturais como doenças, envelhecimento e até a morte. Os transumanistas visam alcançar superinteligência, superlongevidade e superfelicidade, conceitos que prometem transformar a experiência humana de maneiras profundas e, para alguns, perturbadoras.
Dentro da comunidade transumanista, há divergências sobre como essa evolução deve ocorrer. Enquanto alguns defendem a digitalização da mente e a colonização espacial, outros conhecem o aprimoramento da biologia humana por meio da engenharia genética. A ideia de bebês projetados e terapias antienvelhecimento, embora futurista, está cada vez mais próxima da realidade devido aos avanços em IA e biologia sintética.
Os bilionários do Vale do Silício são grandes defensores do transumanismo, vislumbrando um futuro onde a Inteligência Geral Artificial (AGI) desempenha um papel central. No entanto, essa corrida tecnológica ignora os alertas sobre os riscos existenciais que uma AGI pode representar, incluindo a potencial extinção da humanidade. Enquanto isso, a IA já está causando danos sociais e ambientais, que muitas empresas escolhem não enfrentar.
Uma narrativa transumanista oferece uma visão grandiosa de um futuro utópico, mas desvia a atenção das crises atuais, como a desigualdade social e a gestão ambiental. A busca por um futuro transumano pode exacerbar essas desigualdades, beneficiando apenas uma pequena elite enquanto a maioria da humanidade enfrenta consequências adversárias.
O transumanismo pode ser visto como um reflexo do pensamento que levou à nossa atual crise social e ambiental. Ele incentiva a exploração contínua dos recursos naturais sem considerar os impactos negativos. Se a humanidade realmente busca se aprimorar, é crucial reavaliar o que significa ser humano e como essa evolução pode ser inclusiva e sustentável.
Por fim, a busca por se tornar “mais do que humano” deve ser acompanhada de uma responsabilidade maior para com o planeta e suas diversas formas de vida. Ao invés de expandir apenas os horizontes humanos, é necessário promover uma coexistência harmoniosa com a natureza, evitando que a busca por aprimoramento leve à nossa própria extinção.